Os benefícios da luz vermelha para a saúde foram descobertos pela primeira vez em 1993 durante uma experiência da NASA que usava luz LED vermelha para estimular o crescimento de plantas. Embora o experimento tenha confirmado que a luz vermelha de um LED estimula o crescimento vegetal, foi um efeito colateral inesperado que impulsionou o uso da luz vermelha em humanos.
Os pesquisadores envolvidos no experimento da NASA apresentavam pequenos cortes e feridas que ocorreram durante o manuseio das plantas. Um achado incidental observado foi que esses cortes e lesões cicatrizavam visivelmente mais rápido enquanto estavam expostos às luzes LED vermelhas durante várias horas. Esta descoberta levou a mais pesquisas financiadas pela NASA e à criação de uma empresa derivada que se focou nos benefícios da luz vermelha para humanos. A própria NASA utiliza a terapia de luz vermelha para reduzir os efeitos secundários dos tratamentos contra o cancro.
Exemplos de Efeitos Biológicos Causados pela Luz
A luz já era conhecida por causar diversos efeitos fisiológicos no corpo antes de se entender os benefícios da luz vermelha. O exemplo mais óbvio é o funcionamento das células bastonetes e cones da retina, que absorvem comprimentos de onda específicos da luz e enviam sinais ao cérebro, permitindo a visão.
Além do papel essencial da luz na visão, outros efeitos biológicos — principalmente associados à luz ultravioleta (UV) — também eram conhecidos.
O efeito mais notável da luz UV é a estimulação da produção de melanina na pele. A pele produz mais melanina quando exposta à luz UV como forma de proteção, causando o escurecimento da pele — o bronzeado.
A luz UV também é fundamental na produção de vitamina D. Embora a vitamina D possa ser ingerida, os níveis são muito mais elevados quando a pele é exposta à luz UV. Este tipo de luz ativa a via metabólica usada pelo corpo para produzir sua própria vitamina D.
No contexto médico, a luz UV é usada no tratamento de recém-nascidos cujos organismos ainda não conseguem processar corretamente os glóbulos vermelhos. A degradação dessas células gera um subproduto chamado bilirrubina. Se acumulada, a bilirrubina pode causar danos cerebrais permanentes. O tratamento principal é a exposição à luz UV, que ajuda a decompor a bilirrubina e evita problemas graves de saúde.
A Ciência por Trás da Terapia de Luz Vermelha
Apesar de os benefícios da luz vermelha terem sido identificados há décadas, o mecanismo por trás desses efeitos não era imediatamente claro. Mesmo com os primeiros estudos vindos da NASA — uma das maiores instituições científicas do mundo —, muitas pessoas acreditavam que a terapia de luz vermelha era apenas uma fraude.
Hoje, sabe-se que a terapia de luz vermelha tem efeitos positivos devido à sua ação sobre as mitocôndrias. As mitocôndrias são pequenas estruturas celulares que flutuam dentro da maioria das células. Pesquisadores acreditam que certos comprimentos de onda da luz vermelha e do infravermelho próximo (NIR) estimulam as mitocôndrias, aumentando sua atividade. As mitocôndrias desempenham um papel essencial na produção de energia para cada célula e também ajudam a reduzir a inflamação no corpo.
Produção de Colagénio
O colagénio é uma molécula essencial que liga tecidos e células. Está presente em abundância no corpo, mas tem um impacto particular na saúde da pele e no funcionamento das articulações. Segundo a Cleveland Clinic, a exposição da pele a certos comprimentos de onda da luz vermelha pode aumentar a produção de colagénio.
Esse aumento é especialmente importante com o envelhecimento. A produção de colagénio começa a diminuir a partir dos 20 e poucos anos, o que reduz a capacidade do corpo de repor naturalmente o colagénio da pele. Essa redução é uma das principais causas das rugas, perda de elasticidade e outras alterações na pele relacionadas à idade.
Benefícios do Aumento de Colagénio
Níveis mais altos de colagénio podem deixar a pele mais firme e elástica, diminuindo as rugas e tornando-a mais resistente. O colagénio também é fundamental na produção de cabelo. Um estudo mostrou que o uso de luz vermelha para estimular o crescimento capilar pode aumentar o crescimento dos fios em até 35%.
O colagénio também é abundante nas articulações e é a principal molécula que permite o deslizamento suave entre os ossos. Níveis aumentados de colagénio nas articulações podem promover saúde articular, reduzir o desgaste e aliviar desconfortos.
Circulação Sanguínea
Foi demonstrado que a terapia de luz vermelha aumenta os níveis de óxido nítrico nos tecidos. O óxido nítrico é um vasodilatador natural, o que significa que aumenta o diâmetro dos vasos sanguíneos. Isso permite um maior fluxo sanguíneo nas áreas onde o óxido nítrico é libertado, o que pode melhorar significativamente a circulação nessas regiões tratadas com luz vermelha.